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Capitulo 5 (Isabela) - Desista de mim




Depois de toda a confusão entre a Natalie e o Vinicius na aula, me senti um pouco estranha. Aquele menino, de aparência perfeita e de sorriso simpático, fez algo para a Natalie e pela denominação "carne nova" que ela me deu, não pareceu ser nada bom. 
A aula passou voando. A professora de Matemática, Sra. Kee, ensinava melhor do que minha antiga professora. Pelo porte da escola e pelas aulas que foram se passando, aqui parece ter um bom ensino.
O sinal tocou
 Nat, tenho que ir embora correndo. Nos vemos amanhã?  Ia dá um abraço nela mas ela se afastou.
 Espera aí, onde você vai? — Ela arqueou a sobrancelha. 
 Tenho curso de Inglês, vou só comer alguma coisa na cantina e ir direto para lá. 
 Eu te dou carona  Ofereceu.
 Não dá, estou com minha bicicleta aqui. Fiquei feliz com o fato da Natalie me querer por perto. Ela parecia estar disposta a ser minha amiga. 
 Ah, entendi  falou um pouco desapontada.  então de noite você vai dormi lá em casa, quero te ajudar em uma coisa. Ela me olhou sorridente e com brilho nos olhos.
 Me ajudar em que? – Estranhei.
 É... Não questione, apenas vá.  Ela ordenou e rasgou um pedaço da folha de seu caderno. Anotou alguma coisa que não consegui enxergar.
Ela me entregou o papel e lá tinha seu endereço.
 Tudo bem então, nos vemos mais tarde  sorri
 Ok  soltou um beijinho para mim e saiu.
Comi umas besteiras na cantina e fui para o Inglês. A aula foi até legal, mas as pessoas não paravam de olhar para mim e fofocar umas com as outras, riam de alguma coisa, não entendi nada. Eu virei piada? Acabou a aula e fui direto para casa, eu estava muito mal. Chegando perto de casa, eu vi um garoto bem mais velho que o Kevin. Eles estavam jogando bola no jardim. Dei alguns passos e fui chegando mais perto.
Como assim?
O que Vinicius estava fazendo ali?
Me agachei um pouco e fui levando a bicicleta para o seu lugar de sempre. Lentamente a deixei e apressei o passo, quase alcançando a maçaneta da porta. Queria entrar dentro de casa sem que ninguém me visse. Mas não funcionou.
 Isabela? É você?  Vinicius perguntou se aproximando. Meu corpo ficou paralisado e não mexi nenhum músculo. 
— Não. Não faço ideia de quem seja  Continuei sem me virar.
 É sim, é ela sim.  Se intrometeu Kevin.
 Sabia…  Vinicius disse me virando, fazendo eu ficar de frente para ele.
— O que você faz aqui?  Fiz uma cara de desânimo, mas por dentro meu coração se acelerava desenfreadamente. 
— Estou jogando bola com seu irmão, não posso?  Sorriu, mostrando seus dentes alinhados e seu sorriso encantador.
 Ah, tenha dó. Ele é bem mais novo do que você... Não sei quem te disse que eu morava aqui, mas sei o que veio fazer. Então, desista e vá embora.  Me afastei pronta para entrar o mais rápido possível dentro de casa. Em segurança. 
 Mas eu não sabia que você era minha vizinha.  Ele falou se aproximando de mim

VIZINHA? Arregalei os olhos.
Não pode ser... Que maravilha! Como fugir de alguém que mora a passos de você?
Estou perdida.
Um outro sorriso alargou em seu rosto
 Que coisa boa, hein? Podemos ir para a escola juntos, podemos fazer a lição de casa juntos, podemos até....  Antes dele continuar, o interrompi.
– Não, não podemos. Saía desse mundo de ilusão e saia do meu jardim também. Você não é bem-vindo. – Falei alto tentando o máximo possível  convencer que era isso que realmente queria, porque nem eu estava convencida disso.
 De onde veio tanta raiva? Você poderia ir me contando na caminhada até a praia. Sabia que é bem aqui pertinho? – Perguntou tão animado que parecia que ele não tinha escutado nada do que eu disse.
 Não, o tempo não está bom para ir á praia. – Retruquei.
 Eu quero ir a praia – Kevin falou animadíssimo.
 Vou levá-lo á praia. – Ordenou Vinicius.
 Vocês? Sozinhos? – Ri sarcasticamente.  Não mesmo!
 Então você vem junto. — Segurou na minha mão e foi me puxando.  Vamos Kevin, vamos á praia.
 Eba!  Kevin saiu na frente saltitando.
 Eba…  Fiz um tom de desanimada, mas tinha a leve impressão que meu coração dava pulos.

Chegamos na praia rapidinho.Percebi que ainda estava de mãos dadas a Vinicius, soltei na hora.
Kevin já estava bem longe de nós, catando as conchas que via pela frente.
 Não acredito que você nos trouxe aqui. Logo, logo escurece. – Falei preocupada.
 Quando começar a escurecer levamos Kevin para casa. Podemos fazer alguma outra coisa depois daqui, que tal? – Propôs
 Não Vinicius, eu não vou sair com você. – Falei irritada.
 Por que? Natalie falou coisas horríveis de mim, você não pode acreditar em tudo que aquela vadia fala, ela é… – O sorriso dele desapareceu. Agora seu rosto estava sério e prestes a ficar vermelho.
 Não a chame de vadia! Ela não disse muita coisa de você, mas também não precisou. Consigo ver com meus próprios olhos agora. – Falei bufando de raiva.
 Você nem a conhece. Não a conhece como eu conheço... Ela não presta! – A voz dele está se elevando.
 Não sei o que houve entre vocês, mas da forma que ela reagiu, não parecia uma coisa boa. O que você fez? O que você fez pra ela ter tanta raiva de você? – Falei me acalmando um pouco. Eu precisava saber.
 Ela está exagerando... Natalie sempre exagera. Não é flor que se cheire, se afaste dela. – Ele não respondeu minha pergunta. Estava desviando do assunto. É claro que ele não quer que eu saiba e me afastar da Natalie seria uma ótima maneira de eu não saber. Minha raiva retornou.
 Não quero saber sobre o que você acha dela. Esqueça que me conheceu. Fique longe de mim… – Meu tom diminui nessa ultima frase, porque de algum modo eu não queria que ele ficasse longe de mim, eu não queria está falando todas essas coisas.
– Já era. Agora é impossível esquecer que te conheci. – Ele disse colocando minha franja atrás da orelha. O seu sorriso voltou, agora ainda mais brilhante. 
 Você tem que ficar longe, Vinicius… Por favor… – Minha voz falhou e meus olhos se fixaram nos dele.
 Eu sei que é isso que você quer… – Falou se aproximando do meu rosto cada vez mais, suas pálpebras estavam se fechando. Meu corpo queria fugir dali, mas meu coração queria ficar. Seus lábios já estavam tão próximos dos meus que pude sentir seu hálito quente e fresco perto da minha boca. Antes que eles pudessem tocá-los, uma voz furiosa surgiu atrás de mim.
 ISABELA? – Virei-me e vi de quem pertencia a voz.
— Eu não acredito, o que ela está fazendo aqui? – Perguntou Vinicius olhando com os olhos em chamas para a Natalie.
 Olha Nat, eu não ia… Você não está achando que… – Gaguejei.
 Eu não acho nada – falou dando um sorriso forçado – Apenas, entra no carro. – Ela disse com os olhos fechados e coçando a testa. Parecia decepcionada.
Decepcionada comigo.
Vi uma Mercedes vermelha um pouco perto dela e com certeza era dele que ela falava.
– Meu irmão está…
– Ele também – interrompeu Natalie.
– Ela não manda em você! Mas que diabos? Você virou empregada dela, agora? – Vinicius gritava.
 Eu não sou empregada dela, mas ia ser bem melhor do que ser uma das suas bonequinhas infláveis. – Revidei
Olhei para o lado e Kevin já estava do meu lado, me olhando com olhos arregalados. Antes que ele me perguntasse o que era uma boneca inflável eu o puxei e fui em direção ao carro.
Vinicius só ficou parado lá feito uma estátua me vendo entrar no carro. Eu fui péssima com ele, não era para eu ter dito aquilo. Eu estava tão mal, eu queria chorar, queria muito chorar.

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