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Capitulo 2 (Isabela) - A mudança





Mais um dia ensolarado na cidade de Vila Rica. Ao despertar após uma noite de sonhos agitados, estava ansiosa, mas ao mesmo tempo assustada com essa idéia de morar em uma nova cidade, conhecer novas pessoas e conseguir me adaptar a uma nova rotina.
Se quiserem mesmo ouvir o que aconteceu quando me mudei, a primeira coisa que vão querer saber é onde eu nasci os problemas que tive até agora, minha idade e toda essa lengalenga. Então, vamos lá. Tenho quinze anos e nasci na cidade de Vila Rica, um lugar muito bonito digamos de passagem. Lá havia belos prédios, uma decoração impecável, as pessoas em geral eram carismáticas, mas sempre muito apressadas com a correria do dia-a-dia. Não as culpo. Viver em minha cidade de origem não era lá tão fácil como muitos pensavam. Vila Rica, como a maioria das cidades grandes, apresentava um custo de vida muito elevado enquanto existia pouca oferta no mercado de trabalho para muita procura. Mamãe e papai não passavam de duas crianças quando se casaram. Ela tinha dezoito anos, ele dezenove e eu, dois. Vivíamos sempre de “bicos”, o que achávamos, aceitávamos. Sempre passamos por dificuldades financeiras, mas até que conseguíamos nos virar bem com a ajuda da minha tia Margaret, mas mal sabíamos nós que essa situação estava prestes a se transformar quando, há alguns meses atrás, minha tia morreu e não podíamos mais contar com seu apoio. Continuar vivendo em Vila Rica era suicídio. O dinheiro agora faltava mais do que nunca, existiam dias que não tínhamos condições de comprar um pedaço de pão se quer e nem todas as vezes meus pais estavam conseguindo arranjar algum “bico” para nos sustentarmos… Não poderíamos continuar assim. Prosseguimos nessa situação por mais algumas semanas até que meu pai, Derik, recebeu uma oferta de emprego irrecusável em uma pequena cidade chamada Lagoa Grande. Arrumamos as malas, vendemos a casa e logo me vi a caminho de lá.
Ao chegar na cidade tão esperada me empolguei ao conhecer meu novo lar. Um lugar modesto convenhamos, mas ao mesmo tempo aconchegante. Poucos instantes depois, uma menina de cabelos castanhos ondulados, estatura média, com um sorriso deslumbrante e muito simpática por sinal veio me dá as boas vindas.
- Bela casa. Espero que realmente gostem daqui e sintam-se bem acolhidos por todos. Ah, e a propósito… Meu nome é Natalie. -Disse.
- Obrigada Natalie, muita gentileza da sua parte. É um prazer conhecê-la, sou Isabela. - Respondi docemente enquanto ela me ajudava a pôr para dentro da casa as caixas da mudança que por sinal, estavam bastante pesadas.
Ao terminar com a mudança, passamos horas e horas conversando enquanto Kevin, meu irmão mais novo, sujava a casa toda com seus pés enlameados. Ir para essa nova cidade até que não estava sendo tão ruim assim. Mal podia me conter para a chegada do outro dia na qual iria conhecer minha mais nova escola, Future. Natalie passou mais algum tempo comigo e logo depois se despediu e foi para casa. Resolvi então me deitar. Durante muito tempo, costumava dormir cedo, mas não naquela noite. Minha ansiedade me aflingia o tempo todo até que meus olhos finalmente se renderam e se fecharam lentamente. Amanheceu. Despertei em um único pulo ainda assustada com o barulho do despertador. Em seguida, me arrumei rapidamente e desci para tomar o café da manhã.
- Bom dia minha filha. Vejo que já fez uma nova amiga ontem, conte-me um pouco mais sobre ela. - Disse meu pai enquanto assumia sua posição costumeira na poltrona ao lado da tevê e segurava uma xícara de café.
- Bom dia papai. Ela parece ser legal, quando o senhor a conhecer melhor irá concordar comigo. Tenho que ir agora, te amo. - Respondi rapidamente enquanto comia e me direcionava a porta mais próxima antes que ele me viesse com mais alguma pergunta. Não que eu estivesse fugindo do assunto, claro que não, mas vocês não conhecem meu pai… Se deixar, ele passa o dia inteiro conversando e eu não podia correr o risco de chegar atrasada no colégio logo no meu primeiro dia de aula.
Chegando lá me vi meio perdida. Não sabia em que salas eram as aulas, onde ficava o meu armário, ou ao menos a diretoria para pedir informações. Os outros alunos que passavam no corredor simplesmente me ignoravam quando fazia alguma pergunta desse tipo. Estava entrando em um verdadeiro pânico, até que ouvi uma voz familiar…
- Precisa de ajuda para achar onde fica a próxima aula?
Logo reconheci a voz. Era Natalie. Nunca fiquei tão feliz ao vê-la! Abracei-a subitamente e logo a soltei na esperança de que ela não me achasse uma doida. Não sabia que Natalie estudava ali, mas isso também não importa agora eu sei. Vi ali então o começo de uma grande amizade. Sei que pode parecer exagero da minha parte, mas você também pensaria isso se estivesse completamente perdida, sem conhecer absolutamente ninguém em um colégio relativamente grande, acredite.

Feito por: Rayana Lucena
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