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Capitulo 10 (Natalie) – O que ela tem que eu não tenho?




Nada e nem ninguém me faria fazer trabalho com aquele otário do Rômulo. E o cara ainda vem pra cima todo animado. Ficou mais empolgado quando eu mostrei uma nota de cinquenta reais pra ele fazer todo o trabalho e por meu nome.
Ele saiu saltitando e balançando a cédula pelo ar.
Depois do colégio fui para o salão (como de costume), despistei as meninas que vinham me perguntar sobre meu par do baile para próxima semana e as roupas que eu vou vestir. Estava sem cabeça pra pensar no baile agora.
No final da tarde fui surpreendida com um SMS, ou melhor, S.O.S da Isabela. MAS QUE DIABOS ELA QUERIA AFINAL? Coisa boa não é.
Lembrei-me do que ela falara sobre fazer o trabalho de história na casa vazia de Vinicius. Aposto trocentos reais que ele fez alguma coisa. Se ela não podia esperar até amanhã, então coisa boa não era definitivamente.
Confesso que fiquei pensando nisso por um bom tempo. Afinal, ele nunca pareceu tão interessado por uma garota antes. E logo por ELA? Caramba! Não consigo entender... Ela não tem nada que possa interessar um garoto como Vinicius. Conheço muitas outras, além de mim, que ultrapassam Isabela em questão de estética. O que ele viu nela, é um mistério.
Um mistério que eu faço questão de desvendar.
Finalmente chamei meu motorista pra me deixar na casa de Isabela.
O irmão nanico dela atendeu a porta com uma cara fechada e fez um sinal para eu entrar.
— Por ali… — Ele apontou para a pequena escada que ficava em uma sala minúscula, com uma mobília um tanto moderna, mas barata. 
 Obrigado guri  Forcei um sorriso.
Ele ignorou e saiu.
Subi as escadas e vi uma porta branca com florzinhas. Bem, só podia ser o quarto dela ou se não o irmãozinho mal-educado dela é homossexual. Fiquei com a primeira opção e bati na porta.
 Nat? Entra...  Falou uma voz rouca e triste. Ela sem dúvidas estava chorando há alguns minutos atrás.
Finalmente abri a porta. Lá estava ela… Sentada na ponta da cama, olhando freneticamente para mim. Seu rosto estava inchado, como se ela já estivesse chorando por horas, sua boca estava tão seca.
 Isabela! - Falei assustada  Ele te machucou?  corri em direção a ela.
 O que?  Ela falou rapidamente  Não… Claro que não, sua louca.  Ela arregalou os olhos pra mim.
 Eu sei que ele está metido no que você vai me dizer. Tenho certeza. Então vai, desembucha Isabela! O que ele te fez?  Falei já ficando nervosa. Eu a vi inspirar e expirar duas vezes antes de confessar.
 Nós… Ficamos...  Ela disse falhando e olhando para baixo com a cara vermelha.
Arrependimento? Como assim, ela está arrependida? Não. Óbvio que não. Eu não sou tola...
 E como você está se sentindo? – Eu perguntei calmamente, mas na verdade eu queria gritar muito alto em sua cara por ser tão estúpida ficando com um menino que ela não merece. E nunca vai merecer.
 Não!  Ela disse levantando o rosto rápido e com uma cara de nojo. Ah tá, agora ela sente nojo dele? Ela devia sentir nojo de si mesma. Devia mesmo se envergonhar do que fez. – Eu não estou feliz  Ela continuou  Eu sei que você não está feliz com isso. Muito menos eu, mas na hora nós…
 Por favor.  Interrompi levantando a minha mão em sinal para ela parar de falar - Poupe-me dos detalhes. Sim, eu não estou feliz. Claro que não, você fez uma coisa que poderá se arrepender muito depois. Não agora, claro. Agora você pode muito bem ficar feliz pelos amassos que Vinicius te deu. Mas acima de tudo, eu estou com pena… Pena de você, Isabela. - As palavras a estremeceu de dor e pude ver a sua agonia se externando pelo seu rosto.
Sorri mentalmente.
 Você está... com raiva?  A sua voz saiu tão abafada, como se as suas cordas vocais tivessem forçado o máximo que podia para poder falar.
– Estou, mas não é de você... É dele! Por ele ter conseguido ganhar mais uma vez. Ele deve está comemorando agora. - As lágrimas jorraram do rosto de Isabela.
Envolvi ela em um abraço, reconfortando-a. É bom que ela sinta na pele a besteira que fez, mas eu realmente senti um pouco de pena por vê-la nesse estado. 
 Eu sou uma imbecil – Ela afogou seu rosto no meu ombro e chorou mais.
Alisei seus cabelos e.... Nossa. São bem lisos e macios!
Esperei ela chorar um pouco mais. Ela voltou a olhar pra mim com o olho encharcado de lágrimas – Ele vai contar pra toda cidade, não é?
Ri sarcasticamente.
— Você não entende, não é mesmo? Ele não vai fazer isso, Isabela. Raciocine! – Falei parecendo estar nervosa – Ele não vai fazer nada disso  A sua expressão ficou confusa  Ele quer mais! Ele quer muito mais do que conseguiu hoje. Ou você acha que ele vai parar por aí? Ele conseguiu alguns beijos sem graça de você… OH NOSSA! - fiz um espanto falso - Ele quer outra coisa, Isabela. Uma coisa que ele adora. E ele não vai logo ao ponto que quer, claro. Ele vai com calma, sem pressa alguma, com suas caras fofas e irresistíveis. Ele não vai contar para todo mundo o que aconteceu hoje porque ele quer sua confiança em primeiro lugar. – Todas as minhas palavras pareciam ter torturado ela lentamente. Isabela me olhando um pouco assustada.
 Depois de hoje Nat, ele não vai ter o que ele sonha. Agora eu não vou mais agir como uma idiota fascinada pela sua beleza. Cansei disso tudo. Ele não se atreverá em me tocar novamente  As suas lágrimas cessarem e deram lugar a um rosto feroz.
 Tudo bem, tudo bem… Mas acredite você terá muitos foras nesses dias para dar naquele… - Eu queria dizer gostoso, perfeito, lindo, gato  Canalha!
 Esse lance de dar foras... Acho que não será um problema.  Ela sorriu  Até que não é tão ruim assim.
 Isa, o jantar está na mesa! – A mãe de Isabela gritou lá de baixo. Agradeci mentalmente o irmãozinho da Isabela por não ter mencionado a minha presença na casa. Pelo menos não farei nenhuma desfeita com seus pais.
 Bem... Essa é minha deixa.  falei sorrindo  Te vejo amanhã?
— Com certeza.
Me levantei de sua cama e fui em direção a porta
- Obrigada Natalie. Estou me sentindo melhor. - Ela sorriu
Voltei para abraça-la.
 Estou aqui pra o que precisar. Entendeu?
Ela assentiu e então eu fui embora.
Lá fora, antes de eu pegar o celular para ligar pra o motorista, olhei em direção a casa de Vinicius.
Andei até sua porta e toquei a campainha.

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