Conto 2:

(Sem título) 

O sinal tocou. A pequena garota com bochechas rosadas dirigia-se ao seu lugar onde costumava sentar em todos os recreios. De onde ela estava, conseguia assistir o jogo dos meninos que estudavam apenas uma série a mais que a sua. E ela sempre observava um dos garotos em especial. Um dia, que deveria ser igual aos outros, a garota após sentar-se no lugar de costume percebeu que o garoto que ela observava não estava jogando bola com seus colegas como fazia toda semana. E ao se virar, foi surpreendida. Ele não estava jogando porque nesse exato momento, estava indo em sua direção. A menina gela.

O garoto senta ao seu lado e pergunta:

- Por que todo dia você senta aqui, menina? 

- Não sei - responde envergonhada.
- Estranho… Mas não tem problema eu me sentar aqui não é? Porque qualquer…
- Não! Não… tem problema. - Gagueja
- Tudo bem então - o garoto pega de sua lancheira um sanduíche e começa a come-lo. 
A garota pega a sua lancheira e lá dentro se encontrava um sanduíche que coincidentemente era igual ao do garoto. Ela parecia normal por fora, mas estava angustiada e empolgada por dentro. A partir desse dia, os dois sentavam nos mesmos lugares, e comiam o mesmo tipo de sanduíche. A garota a cada dia gostava mais de sua companhia e o garoto parecia gostar também. Um dia, o sinal toca. A garota feliz por saber que ia encontra-lo em seu lugar - quer dizer, agora, no lugar deles - corre para lá e o espera.
O sorriso que estava brotado em seu rosto desapareceu ao perceber que dessa vez algo estava errado. Ele não apareceu. No dia seguinte também. No terceiro dia, a mesma coisa. No quarto dia, já não aguentando mais, ela decide procura-lo. Foi aí que ao andar um pouco mais adiante no pátio, ela o vê. Ele estava sentado em um outro banco acompanhado de outra menina de bochechas rosadas que segurava um sanduíche. A pequena garota reconheceu aquele sanduíche.